Ela me disse que amar e ser amado não era tão bom quanto uma paixão platônica, pois com a paixão platônica você consegue amar todos os dias e sentir borboletas na barriga todos os dias. Eu ri. Enquanto ela falava, eu notei que ela estava usando batom (ela nunca tinha usado batom antes), era vermelho e ela estava linda. Ela me disse algumas baboseiras sobre história da arte e cantores burgueses que ficaram famosos com músicas na época da ditadura. Ela me falou que andou pensando muito em mim. Não lembro muito qual foi a minha cara quando ela me disse isso, mas deve ter sido engraçada, porque ela riu. Ela repetia muitas vezes que estava feliz, mas acho que era mentira, porque uma vez eu li em uma revista (aquelas de sala de espera com rostos de mulheres bonitas e famosas) que quando alguém repete muito que está feliz, é porque queria estar. Faz sentido pra mim. Ela me falou que estava pensando em viajar, conhecer novos lugares, e que o Brasil estava muito pequeno para ela. Bom, isso foi estranho pra mim, já que o Brasil é o quinto maior país do mundo.
Por fim, ela se despediu. Foi um beijo no rosto, sabe, aqueles que todo mundo da. Não foi um beijo de carioca (eles geralmente dão um em cada bochecha), foi um beijo de paulista; um só, então ela virou as costas e partiu.
Ela é uma grande mentirosa. Me disse que havia mudado, mas ela estava linda como há 10 anos atrás.
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