quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Música do mês #5

 O Mundo é Um Moinho

Ainda é cedo, amor
Mal começaste a conhecer a vida
Já anuncias a hora de partida
Sem saber mesmo o rumo que irás tomar

Preste atenção, querida
Embora eu saiba que estás resolvida
Em cada esquina cai um pouco a tua vida
Em pouco tempo não serás mais o que és

Ouça-me bem, amor
Preste atenção, o mundo é um moinho
Vai triturar teus sonhos, tão mesquinho
Vai reduzir as ilusões a pó

Preste atenção, querida
De cada amor tu herdarás só o cinismo
Quando notares estás à beira do abismo
Abismo que cavaste com os teus pés

Cartola.

Mais um texto da vida.

Hoje de manhã sonhei com vida. Sonhei com coisas inacabáveis e com coisas sem sentido. Sonhei com coisas sem respostas, sonhei com dúvidas. Sonhei com aquilo que era triste e com aquilo que era feliz. Sonhei igual a todo mundo, mas quis ser diferente de todos. Falhei.
No meu sonho eu só sabia o que era certo pelo o que me diziam, eu me defendia com argumentos dos outros e ria do que os outros riam. Eu nunca me colocava no lugar do próximo e não gostava da felicidade alheia. Eu tentava imaginar se existia algo além daquilo tudo, tentava fazer uma revolução da minha cama... É óbvio que isso era só uma tentativa, mas era legal imaginar que eu poderia mudar o mundo sem ideias.
Ninguém queria sair desse sonho. Alguns diziam que tudo ia ficar melhor depois dele, mas no final todos tinham muito medo de acordar. Eu nunca entendi. Na verdade eu acho que ninguém nunca acreditou de verdade nisso.
Eu realmente não espero muito desse sonho. Não espero fazer a diferença, nem nada do tipo. Espero apenas o que todos dizem ser o bom e perfeito para um sonho... Na verdade, isso é o que dizem. Eu acho que não espero nada mesmo... Só posso ter a certeza, de que esse foi o sonho mais confuso que já tive.